Páginas

domingo, 13 de novembro de 2011

Capítulo 13 - O fim do começo

      Fui para baixo de uma árvore, que ficava na parte frontal do hospital, me sentei ali com os braços abraçados aos joelhos, chorando como uma criança, me sentindo perdido, abandonado, mas lembrei a mim mesmo que eu havia dito que seria forte e estaria preparado, e agora não era hora de agir como um bebê. Estiquei as pernas, coloquei as mãos atrás da cabeça e fiquei olhando os carros passarem. Cada pessoa com a sua vida, com a sua necessidade, umas no celular, outras conversando com a pessoa do lado, alguma cantando junto com o som do carro e outras apáticas. A vida segue, e o mundo não para por você, mas sim, eu ia parar o meu pela minha Demi, estava disposto a descobrir o seu problema e curá-la, mesmo que isso demorasse a minha vida toda.


 (***) 2 meses depois (***)


     Bom, dois meses se passaram, e muitas coisas repetitivas aconteceram na minha vida e na de Demi, por isso pulei uma parte. Ela recebeu alta do hospital depois de duas semana internada, mas ainda tinha surtos de memória contra mim. Às vezes ela se lembrava e às vezes eu era só o homem bom ou o homem obscuro, e no final eu era apenas um desconhecido em sua vida. Durante todo o tempo, eu estive perto para cuidar dos curativos, menos quando ela só me reconhecia como o homem obscuro, nessa hora Selena cuidava dela.
     Tive que mudar de casa e ir morar sozinho, pois se ela sonhasse com o homem obscuro, o escândalo estaria armado e ela só se aquietaria com a presença de Selena ou de seus pais e com uma dose extra-forte de calmante. Estava tudo estranho, mas eu não ficava um dia sem visitá-la, estava sempre por perto para ajudar no que precisasse. Nas segundas e quartas ela visitava o médico neurologista que Nick havia conseguido para ela, e eu tentava acompanhá-la mesmo que num carro separado. O neurologista não havia descoberto muita coisa, mas fazia terapia nela e estudava o seu caso com afinco.
      Suas feridas e fraturas já estavam quase completamente saradas e ela já esbanjava saúde por aí. E eu, continuava pesquisando sobre sua doença em livros antigos, livros novos e na internet, mas não havia, nunca, nada que fosse exatamente igual à doença dela. Cheguei a visitar ceitas religiosas para ver se tinha algo a ver com o lado espiritual, mas também fora em vão.
     Hoje, completara exatamente dois meses desde o dia maldito do acidente, e agora eu estava acabando de calçar os meus sapatos para ir à casa da minha família. Isso soa muito estranho, mas agora era a minha realidade. Peguei as chaves do meu Chevette e dirigi pelas ruas da cidade até a minha ex-casa.
- Demi? Mitchie? - abri o portão usando minha chave e fui entrando para procurá-las - Ah, aí está você, Mih! E onde está a mamãe? - a peguei no colo e a abracei como fazia todos os dias - Demi? - chamei - Demi? - insisti entrando no quarto para procurá-la, um pouco hesitante com medo de seu humor.
     Ela estava no banheiro escovando os dentes. Ela não costumava deixar Mitchie num cômodo sozinha, a menos que ela estivesse no carrinho assistindo Barney & Friends, pois era viciada e ficava muito concentrada. Ainda era cedo, e eu passei para dizer Oi, saber se estava tudo bem e se o seu humor estava bom o suficiente para aceitar uma carona até o emprego dela. Sentei no sofá e esperei até que ela aparecesse na porta.
- Você precisa de uns brinquedos novos, Mitchie! Mais tarde o papai vai ver se passa numa loja de brinquedos... - falei tão baixo que tenho certeza que só eu ouvi - a mamãe está enrolada hoje, hein? - brinquei com os cabelos da minha pequena enquanto ela tentava arrancar os fios da minha barba por fazer - Ai, Mih!!! - resmunguei enquanto ela gargalhava.
     Depois de uns 10 minutos, a bela dama desentocou do banheiro e veio dar uma espiada em Mitchie.
- Filha? - gritou baixo saindo do quarto - UIII - gritou de susto quando me viu - O que você está fazendo aqui? Como entrou aqui? Quem é você? Larga a minha filha agora ou eu não me responsabilizo pelos meus atos - ameaçou.
      Fiquei calado, como fazia todos os dias quando vinha vê-la de manhã. Aguardei que ela ou se lembrasse de mim, ou se lembrasse do homem bom ou obscuro, ou não se lembrasse de nada e como ela não disse nada, percebi que ela não havia se lembrado de nada.
- Bom, você sabe que você tem uma filha, não é? - comecei.
- Sei - respondeu secamente.
- E você sabe que ela tem uma pai, não é? - continuei.
- Sei... - levantou uma sobrancelha.
- E você sabe que sofreu um acidente há dois meses, não é? - insisti.
- Sei - respondeu num tom um tanto irritado.
- E você sabe que nesse acidente, recebeu uma pancada na cabeça e se esqueceu de mim que sou o seu marido e pai da sua filha, e que esta última parte você não sabe mas eu estou te falando agora, certo? 
     Sua reação era sempre a mesma, ficava triste e cabisbaixa e às vezes se culpava pelo resto do dia por não se lembrar de alguém importante que fez parte da sua vida, às vezes ela ficava três dias lembrando da história que eu havia lhe contado mas ainda sem lembrar de mim, e de repente, no dia seguinte ela acordava se lembrando de mim, mas depois tudo mudava. Mas eu estava ali, independente de qualquer coisa.
- Eu sinto muito por não me lembrar de você - tentou ser gentil.
- Ah, está tudo bem, não se preocupe com isso. E aí? Quer uma carona para o seu trabalho? - ela demorou um pouco para responder, pois estava em dúvida se ia ou não pegar carona com um "estranho".
- Tá, só vamos esperar a babá chegar... - e voltou para o quarto para pegar algo que faltava, coisa de mulher.
- 1 ponto pro papai, Mih! AIII, você vai arrancar a minha barba - rimos. Ela amava fazer isso com a minha barba.
     Depois de mais uns 10 minutos a babá chegou e eu e Demi fomos trabalhar. Durante todo o caminho de carro para o nosso destino, fomos calados e ela puxou a perna rapidamente quando eu tentei colocar a minha mão nela sem segundas intenções.
- Desculpe, força do hábito.
     Antes de tudo isso acontecer, eu era o pior marido do mundo, e agora eu sabia porque Demi havia dito que talvez Deus tenha querido nos ensinar alguma coisa com isso tudo. Antes, eu nunca levava ela de carro pro trabalho, só chegava tarde e raramente ajudava ela com a nossa filha. Isso era horrível e eu me culpo todos os dias por isso, mas um dia, quando ela se recuperasse, se ela se recuperasse, e eu tinha muita esperança de que isso aconteceria,  eu pediria desculpas de joelhos para ela. 
- Chegamos, espero que tenha gostado da minha companhia... quer que eu passe para te levar de volta para casa? - perguntei com um sorriso malandro.
- Ah, claro que eu gostei - respondeu um pouco desnorteada - acho que nã...não precisa me levar de volta não... eu vou de ônibus mesmo.
- É melhor não, você vai precisar atravessar a rua para pegar ônibus, e eu acho isso perigoso, então fica combinado que eu passo aqui ao meio dia para buscar você, pode ser? - insisti.
- Se você insiste, tudo bem - respondeu timidamente saindo do carro - tchau, obrigada e até mais tarde - e caminhou para dentro da copiadora.
     Eu ainda me lembro desse dia como se fosse hoje, porque foi o último dia que ela quis ouvir a minha história sobre eu ser seu marido e aceitou a minha carona. De lá para cá, me tornei um completo estranho e desde então, só o Homem Obscuro. E só podia ver Mitchie aos fins de semana, quando pedia Selena para levá-la para sua casa para que de lá eu a buscasse e a levasse para a minha.
     Eu só via Demi andando na rua ou, de vez em quando, quando eu passava perto de sua casa para vê-la nem que fosse de longe e se ela me visse não tardava para começar o escândalo. Eram raras as noites em que eu me deitava sem chorar feito um bebê, chorar de saudades, de amor e de desgosto de mim mesmo por não ser capaz de ajudá-la.




TO BE CONTINUED


Meninas, me desculpem, eu ando sem inspiração pra postar algo decente para vocês, mas quero que saibam que cada capítulo eu faço com o coração e na melhor da intenções. Na maioria das vezes, eu não tenho parado os capítulos numa parte de suspense, como a maioria das outras escritoras de fics fazem, e eu sei que isso faz com que a gente perca o estímulo de ler a história, porque ela começa a ficar sem graça, sem acontecimentos. Mas, continuem lendo, porque coisas bombásticas estão para acontecer, não tenho certeza se já vai ser no próximo capítulo ou se vai ser só daqui há dois capítulos, então fiquem atentas. 


Resposta aos coments *-*


P.S.: Eu sei que eu tenho pouquíssimos coments, mas são esses que me motivam a continuar fazendo a fic, gostaria que se tivesse mais alguém que lê, que comentasse pelo menos alguma coisinha boba, só pra me deixar mais feliz (: OBRIGADA GIRLS
Káá Cyrus: Que bom que você gostou *-* Fico muito feliz, de verdade, postei :DD Love U, Rô.


Tati Jonas: Aaaaah, você é uma simples mortal que escreve muito bem, isso sim! Prova disso é que os nossos blogs foram criados quase no mesmo dia e você tem muiiiiiiito mais leitoras do que eu, mas isso não vem ao caso, siauhsiauh, sua história é ótima e ponto final. Ah, que bom que você vai continuar lendo, então tá, continue lendo, kkkkkk', beijos, até mais :X

2 comentários:

  1. Anda sem inspiração?
    Meu Deus, eu ameiii o capitulo, e o amando a cada dia que passa!
    Que lindooo!
    Posta assim que puder, to muito ansiosa!

    Love,
    Káá <3

    ResponderExcluir
  2. Aw que dó do Joe, sempre que ele quiser pode vir aqui em casa chorar no meu colinho tá bom? MUAHAHA
    Agora vem cá, me ensina a fazer um capitulo bom desses msm sem inspiração? --' Garota para com isso, seus capitulos são perfeitos.
    Ah e me desculpa por n ter comentado ontem, é que uma amiga minha ligou aqui em casa me chamando pra ir no cinema e eu só tinha 40 minutos pra me arrumar,ai passei aqui deixei o selo correndo no primeiro post que vi e já tive que desligar o PC.
    Ah nem vem ta, isso de quem tem mais seguidoras ou não é estratégia de marketing. Todo blog novov que eu visito fico amiga da escritora até que chega o momento em que eu falo "hey, quer dar uma olhada no meu blog? pode divulgar?" se, falar que logo que eu criei o blog eu saia comentando a msm coisa em tds os blogs "Pode seguir e/ou divulgar meu blog?", é puro marketing amiga u.ú
    E sua história é melhor que a minha sim e eu não vou mudar de opinião u.ú
    Posta logo
    Kisses ;*

    ResponderExcluir